O bicho-da-seda é a larva de uma mariposa. Quando nasce mede cerca de 2,5 mm de comprimento. Durante 42 dias alimenta-se sem parar, de folhas de amoreira e sofre quatro metamorfoses.
Quando atinge o tamanho de 5cm, começa então a tecer um casulo branco e brilhante, composto por um único fio. Com um movimento geométrico infinito, em torno de seu próprio corpo, após três dias de trabalho, estará envolta em um casulo confeccionado por um fio de aproximadamente 1200 metros. Se for deixada em paz... Em 12 dias se transformará numa borboleta.
Com esses fios, há quase três décadas, ando tecendo a minha história. Por um desejo simples, desprovido de maiores intenções, eis aqui um espaço onde me proponho a compartilhar minha trajetória e falar livremente sobre todo tipo de arte, incluindo a arte de viver.
Bem-vindos ao meu mundo, onde nem tudo é sempre colorido, transparente, leve, mas que guarda em si, todas essas possibilidades...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Tempo




Sussurra teu nome o vento
Sol
Areia
Mar
Tudo isso junto
Tudo isso ao mesmo tempo
Tempo...
Anda tempo
Meu corpo gritando
Razão
Pele
Sentimento
Tudo isso junto
Tudo isso ao mesmo tempo
Tempo...
Anda tempo
Anda!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Hoje to assim



Mais atrapalhada que cego em tiroteio...
Mais ansiosa que anão em comício...
Mais perdida que cebola em salada de frutas...
Mais assustada que cusco em canoa...
Mais vagarosa que tropeiro de lesma...
Apagada como fogão de tapera...
Extraviada como chinelo de bêbado...
Me sentindo solita como galinha em gaiola de engorde...
É que ficar longe do meu bem é mais difícil que nadar de poncho e dormir de espora sem rasgar lençol.

(expressões bem gauchescas a la Gislaine Marques do Caixa de Gis. Como somos amigas e eu sou catarinense, portanto quase gaucha, me arrisco a usa-las sem autorização)

sábado, 4 de julho de 2009

Lua Nova na FLIP



Neste ano a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) homenageia Manoel Bandeira.
Abaixo, o meu poema preferido, hoje mais do que ontem.
Explico:
Eu tambem moro em frente ao aeroporto e preciso aprender a partir,
por uma necessidade urgente de lua nova


Todas as manhãs o aeroporto em frente me dá lições de partir.
Hei de aprender com ele
a partir de uma vez
sem medo,
sem remorso,
sem saudade.
Não pensem que estou aguardando a lua cheia
esse sol da demência
vaga e noctâmbula.
O que mais quero,
o de que preciso
é de lua nova.


Manoel Bandeira